A nossa história

Há cerca de 30 anos, um grupo de professoras do 1º ciclo ao ensino secundário, trabalhando em escolas públicas, conheceram-se num Encontro de Educação em 1991, organizado pela Câmara de Vila Franca de Xira, ao longo do qual se aperceberam que comungavam de um mesmo ideal de escola, que as vinha impulsionando a realizar práticas pedagógicas que se iam progressivamente distanciando do modelo preconizado pelas políticas educativas do Ministério da Educação. Tanto bastou para que formassem um grupo de reflexão pedagógica, que pouco a pouco foi construindo uma imagem de professor que visionavam como facilitador de aprendizagens junto dos seus alunos, de forma a prepará-los para enfrentar a sua vida futura.

O grupo inicial foi-se alargando, oferecendo seminários de formação para professores interessados e criou em 1994 o Projeto Aprender a Aprender que veio a submeter um projeto de formação contínua ao recentemente criado Conselho Científico Pedagógico de Formação de Professores.

Tendo sido acreditado pela referida entidade de formação, o Projeto Aprender a Aprender, decorreu a nível nacional até 2005, tendo envolvido centenas de professores e, indiretamente milhares de alunos. Desde o início, inspirou-o a antropologia de Rudolf Steiner, que foi sempre o fundamento sobre o qual se desenvolveu, ano após ano, o seu trabalho, adaptando-se às necessidades dos grupos de professores que nele participavam, de forma a poderem ajudar os seus alunos.

Acompanhado por um trabalho de investigação pedagógica a nível de um doutoramento, realizado na Universidade de Grenoble, veio a ter como tutor o Prof. Doutro Jean Berbaum, da referida Universidade, que passou a acompanhar todo o trabalho desenvolvido no terreno das escolas, até 2002, onde se utilizou como ferramenta pedagógica o PADéCA, Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Capacidades de Aprendizagem, da sua autoria, igualmente inspirado na imagem do ser humano sobre a qual R. Steiner construiu a sua proposta educativa.
Foi um longo e enriquecedor trabalho que consolidou o grupo que o iniciou, numa relação estável e cada vez mais clara sobre a futura escola que sonhavam colocar no mundo.

Aprenderam sobretudo a colocar a pedagogia Waldorf ao serviço da educação do ser humano, criança, adolescente ou adulto, no exato terreno onde as suas vidas decorriam, adequando às suas necessidades individuais o enorme potencial que a herança educativa de Steiner nos deixou.

Finalmente em setembro de 2004, uma vez encontrado o espaço físico onde se sediou a HARPA, o impulso se transformou numa vontade inadiável de nele acolher crianças, (talvez a escola com que sempre sonharam…) e assim surgiu o embrião de um jardim de infância, desde logo denominado Jardim do Monte.

De forma cada vez mais nítida, as características do espaço físico, no qual mais tarde, pouco a pouco se iria erguendo, edifício a edifício, o corpo físico da escola há muito sonhada, foram revelando através do estar das próprias crianças, um imenso tesouro escondido e expetante: na riqueza natural dos seus contornos, das suas cores, na vida dos animais que a povoam, na constante metamorfose por que tudo passa, a essência da vida na terra flui no espaço à volta de cada criança, anunciando-lhe em cada vivência o sentido e direção que cada vida humana pode encontrar no seio desta grande Casa onde nasceu.
Com o passar dos 3 primeiros anos da existência do Jardim do Monte, em setembro de 2007, foram também as crianças que completaram esse percurso, que tornaram inadiável continuar a acompanhá-las neste espaço que em cada dia nos anunciava a insubstituível riqueza que derramava sobre o crescer de cada criança.

Nasceu, pois, a Escola do Jardim do Monte, que veio a ser inaugurada oficialmente em setembro de 2011, uma das duas primeiras escolas com Pedagogia Waldorf em Portugal, a única até hoje, situada numa quinta, cujos recursos naturais, como mestres educativos insubstituíveis, têm sido cuidados e preservados segundo os fundamentos da agricultura biodinâmica, a grande aliada do percurso educativo do Homem na Terra.

Consciente do privilégio de nela habitar sob o olhar, que há muito a envolve, de um grupo de professoras que caminham lado a lado desde 1992, olhando um futuro por todas desejado, a Escola do Jardim do Monte apresenta-se hoje ao mundo como um lugar de crescimento exterior e interior, que a Antroposofia alimenta dia-a-dia, vivificada pela permanente presença da natureza, ostentando, como fiel depositária, a verdade e a beleza da vida na Terra.

É no seu seio, que a Pedagogia Waldorf, para além de realizar na fonte de conhecimento muitas das suas aprendizagens, pode encontrar diariamente o envoltório físico e anímico para cumprir a sua missão junto de cada Homem em devir, que cada criança transporta, para que encontre o sentido da sua vida e o potencial da sua liberdade espiritual que o irmane conscientemente ao decorrer da vida do planeta que habita, contribuindo para a sua preservação e, consequentemente, para o desenvolvimento da humanidade.

Atualmente, a Escola Jardim do Monte oferece as valências de Jardim de Infância, 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico, sendo reconhecida como escola com Pedagogia Waldorf pelo Ministério da Educação.

Foi reconhecida em 2008 como Escola Waldorf, no âmbito do Movimento Internacional de Escolas Waldorf e também, desde 2013, como escola da Rede Associada de Escolas da Unesco.

A nossa missão

 

Potencializar as capacidades individuais para querer aprender ao longo da vida.



Desabrochar
em cada criança o ser humano em devir que ela traz em si para com ele caminhar ao longo da vida.



Alimentar
 o amor pela Terra e por todas as formas de vida que ela comporta, para que desse amor emane a vontade inabalável de atuar para a proteger.



Respeitar
 a integridade do ser humano em todas as circunstâncias da vida, independentemente da sua origem, cultura ou características individuais.



Fortificar
 os sentimentos de gratidão e alegria pela dádiva da Vida em geral e pela contribuição de cada ser humano através daquilo que faz para a sustentar.



Despertar
 um interesse genuíno pelas diferentes formas de cultura humana ao longo dos tempos, reconhecendo em cada uma a contribuição para aquilo que hoje somos.



Desenvolver
 a sensibilidade artística para que a Arte, nas suas várias formas de expressão, possa ser veículo de enriquecimento e partilha de experiências de vida.

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